La investigación sobre el saxofón en el contexto de la creación musical contemporánea de América Latina ha sido una preocupación permanente del trabajo artístico y docente del Dr. Miguel Villafruela, con el propósito permanente de ampliar el repertorio para el instrumento e incentivar la motivación hacia la creación de obras para el saxofón de parte de los compositores latinoamericanos.
En ese sentido, esta publicación Saxofón Latinoamericano tiene entre otros objetivos, a difundir la creación de los compositores latinoamericanos para saxofón e informar todo lo relacionado con el repertorio para el instrumento, existente en esta región del mundo.
Esta página es la primera edición para Internet que aborda el tema del saxofón en América Latina y a la vez se convierte en la actualización y renovación constante de su libro El Saxofón en la Música Docta de América Latina.
Compositor | Macêdo, Nelson (1931 -2018.0 ) |
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Pais | Brasil |
Obra | TRÊS PEQUENAS PEÇAS (1990) |
Formato | Saxofón y piano |
Instrumentación | Saxofón alto y piano |
Movimientos | 1. Pirulito que bate, bate 2. Gatinha Parda 3. Fui no Itororó |
Dedicado a: | Valdinha Barbosa |
Datos Compositor | Compositor, violinista, violista e regente, Nelson Macêdo nasceu em Rui Barbosa/BA em 1931. Em Salvador, estudou escultura na Escola de Belas Artes da UFBA – premiado no II Salão de Artes Plásticas – e violino, no Instituto de Música da Bahia. Radicado no Rio de Janeiro desde 1953, iniciou seus estudos de composição com o professor Paulo Silva, aperfeiçoamento em violino e viola, com a professora Paulina D’Ambrósio. Diplomado em violino, viola, composição e regência pela Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil, nas classes da professora Paulina D’Ambrosio e dos maestros José Siqueira e Eleazar de Carvalho, Nelson Macedo, a convite do governo francês, também fez aperfeiçoamento em viola com os professores Serge Collot e Ettienne Ginot, no Conservatório de Paris, e música de câmera com Jacques Ripoche. Em 19...., já como profissional renomado, passou a fazer parte do corpo docente da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como 1º Professor de viola concursado, inaugurando assim, somente em 19... a classe de viola da escola de música daquela universidade, onde também auferiu o título de Mestre. Em uma vida totalmente dedicada à música, em mais de 50 anos de intenso exercício profissional, Nelson Macedo atuou, sempre em evidência, nos mais variados cenários da vida musical brasileira. Como integrante do naipe de cordas das principais orquestras sinfônicas do Brasil, foi 1º viola-solo da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e concertino da Orquestra Sinfônica Brasileira, atuando também como regente convidado dessas importantes orquestras sinfônicas cariocas. Como camerista, impôs a sua marca como incansável divulgador da música brasileira, ampliando a disseminação da música de câmara de nosso País. Ao lado dos violinistas João Daltro de Almeida e José Alves da Silva e do violoncelista Márcio Malard, integrou o “Brasil Quarteto”; como violonista, formou o “Duo Paganini” na companhia do violinista Giancarlo Pareschi. Personalidade visionária, de espírito inquieto e grande capacidade de persuasão e empreendedorismo, Nelson Macêdo, na década de 1960, agregando sob sua liderança jovens músicos brasileiros que, assim como ele se iniciavam na profissão, promoveu a fundação da Sociedade Artística e Cultural “Os Novos” que, através da orquestra “Os Cameristas” e do coral “Artis Canticum”, realizou uma série de apresentações, com a finalidade de divulgar a música brasileira de concerto em nosso País. À frente do Coral “Artis Canticum” realizou a primeira audição mundial da “Bachianas Brasileiras No. 9” de Heitor Villa-Lobos em sua versão original para orquestra de vozes. Suas ações em defesa e divulgação do músico e da música brasileira, iniciadas ainda nos tempos da universidade, como presidente de diretório, conduziram-no à liderança da classe dos músicos cariocas; foi presidente do Conselho Regional da Ordem dos Músicos do Brasil, do Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro e da COOMUSA – Cooperativa dos Músicos do Rio de Janeiro. Idealizador, fundador e primeiro presidente da AMAR – Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes, garantiu a essa categoria de músicos profissionais, os direitos conexos pela participação em gravações comerciais. Durante sua gestão como presidente do Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro, realizou uma produção inédita no País ao gravar obras – a maioria em primeira gravação mundial – de 29 compositores brasileiros, num total de 11 Lps, com a participação dos mais destacados intérpretes brasileiros, através de convênio firmado entre “Os Novos”, o “Sindicato dos Músicos” e a “Associação Brasileira dos Produtores de Discos” (ABPD). Vislumbrando um ensino da música voltado para as nossas raízes culturais, em contraponto com os já ultrapassados programas de ensino das escolas de música oficiais, idealizou a Escola Brasileira de Música - EBM. Liderando um corpo docente altamente selecionado, experimentou, com sucesso, nessa escola, novas metodologias do ensino da música brasileira, resultando na edição de .... livros didáticos. Em 1988, a EBM, seguindo os anseios democráticos provenientes da abertura política no Brasil, realizou, em conjunto com a equipe de educação do Museu Villa-Lobos, projeto pioneiro na área das ações sociais pela música - hoje tão disseminadas em nossa sociedade - e criou a “Associação dos Amigos da Música”, com a finalidade de promover a formação musical de jovens de favelas do Rio de Janeiro. Através da sólida qualificação profissional recebida na EBM, alguns desses jovens músicos se lançaram no mercado de trabalho com grande êxito, chegando, inclusive, à universidade. O COMPOSITOR: Em paralelo ao seu envolvimento com a música e a vida musical brasileira, através de um intenso exercício profissional em suas variadas nuances, Nelson Macêdo desde os primeiros exercícios de harmonia, contraponto e fuga com o grande mestre Paulo Silva, sempre se forçou a reservar uma parcela de seu tempo para se dedicar à instintiva compulsão que o arrebatou desde sempre, como força maior, a composição. Até que, ao completar setenta anos de idade, e já consagrado pelo conjunto de sua obra musical e respeitado pela sua atuação no cenário musical brasileiro, optou por aposentar-se de suas funções cotidianas como professor e músico de orquestra sinfônica, para realizar aquela que sempre foi a sua maior aspiração: a dedicação, em tempo integral, à composição. Por essa época, já recebera do compositor e maestro César Guerra Peixe a dedicatória da obra “Roda de Amigos” (levada, sob a regência do Nelson, em primeira audição) e a insígnia:“Nelson Macedo é um profissional que sabe escrever música”. Os louros por suas criações Nelson não os obteve através de prêmiações da "Academia", mas pelo valioso reconhecimento entre seus pares, através da execução e/ou gravação de suas obras pelas principais orquestras do Rio de Janeiro e interpretadas por grandes músicos brasileiros, a ressaltar: as “Fantasias” – um conjunto de sete obras para instrumentos solistas e orquestra, dentre outras composições que expressam com muita força a essência das raízes africanas em nossa cultura, muito fortemente encontradas no auto-coral sinfônico “Zumbi-Jaga de Matanga”, para narrador, voz de baixo, coro misto e orquestra, com texto do escritor Nei Lopes ou no duo “Abolição da escravatura”, para violino e bateria. Esbanjando estruturas rítmicas das danças brasileiras no “Trio Brasileiro” para flauta, violão e cavaquinho ou explorando o lirismo da canção brasileira, através das “Cinco Cantigas de Amor” para voz e violão, onde “uma bela convivência com a poesia’ de Manuel Bandeira, Ferreira Gular, Manoel de Barros “num brasilismo que nos envaidece” - como escreveu o cineasta Xavier de Oliveira -, Nelson foi tecendo o seu percurso, retratado através de um catálogo de obras para variadas formações instrumentais, em que as referências aqui relacionadas, servem apenas como uma exemplificação. Em plena maturidade artística, e vivendo um período de grande fertilidade criativa, Nelson já prestes a completar 80 anos e caminhando rumo à sua ancestralidade num mergulho pelo sertão baiano, compôs “Guerra de Canudos”, para coro misto e orquestra - ainda inédita - inspirada no livro “Os Sertões” de Euclides da Cunha. Antes, porém, tratou de deixar registradas através de gravações, obras inéditas, que privilegiam – também em retorno às suas raízes - dois dos seus instrumentos ainda pouco contemplados em suas composições: no CD “Suite das Origens - Daniel Guedes interpreta Nelson de Macedo” apresenta obras para violino, algumas delas compostas especialmente para esse virtuose do violino brasileiro; e no CD “Lembranças da Serra de Orobó”reúne obras para violão solo ou acompanhado, interpretadas pelo violonista costa-riquenho - radicado em Salvador/Ba - Mario Ulloa, com participações especiais da soprano Adriana Clis e do violoncelista Márcio Malard. Nessas gravações, Nelson vivencia com muita intensidade uma de suas principais características: a amálgama criativa entre o compositor e o intérprete. Essas experiências vivenciadas com a grande maioria de seus intérpretes e, não raro, convertidas em relações de profunda amizade, Nelson as coleciona, como valiosos troféus a coroar-lhe a existência enquanto músico-compositor, pela distinção suprema que elas representam: o reconhecimento entre seus pares. Valdinha Barbosa/RJ, outubro de 2013 https://www.nelsonmacedo.com.br/home |