Saxofón Latinoamericano


La investigación sobre el saxofón en el contexto de la creación musical contemporánea de América Latina ha sido una preocupación permanente del trabajo artístico y docente del Dr. Miguel Villafruela, con el propósito permanente de ampliar el repertorio para el instrumento e incentivar la motivación hacia la creación de obras para el saxofón de parte de los compositores latinoamericanos.

En ese sentido, esta publicación Saxofón Latinoamericano tiene entre otros objetivos, a difundir la creación de los compositores latinoamericanos para saxofón e informar todo lo relacionado con el repertorio para el instrumento, existente en esta región del mundo.

Esta página es la primera edición para Internet que aborda el tema del saxofón en América Latina y a la vez se convierte en la actualización y renovación constante de su libro El Saxofón en la Música Docta de América Latina.

Obra escogida

CompositorRossetti, Danilo ( )
PaisBrasil
ObraOceanos (2014)
FormatoSaxofón y electrónica
Instrumentación

Para saxofone alto e eletrônica em tempo real.

Duración10:30
Nivel9° año
Dedicado a:José de Carvalho
Datos CompositorDanilo Rossetti é compositor e pesquisador. Estudou composição
instrumental e eletroacústica com José Manuel López López, Flo
Menezes e Silvio Ferraz, e processos de interação na música mista com
Alain Bonardi e Anne Sèdes. Atualmente é doutorando em Música pelo
Instituto de Artes da UNICAMP (2013 - 2016) na área de Sonologia, com
apoio da FAPESP e orientação e Silvio Ferraz. Entre 2014 - 15 realizou
doutorado sanduíche no CICM da Université Paris 8 sob a supervisão de
Anne Sèdes. Seus principais objetos de pesquisa são a composição do
som a partir dos paradigmas ondulatório e granular, percepção e
modulação da forma, além das formas interação e convergência entre os meios instrumental e
eletroacústico. É Bacharel em Composição e Regência e Mestre em Música pela UNESP, sob
orientação de Flo Menezes, com dissertação sobre as noções de tempo nos escritos teóricos e nas
composições de Iannis Xenakis. Suas obras instrumentais, acusmáticas e mistas foram executadas em
diversos países da América Latina, América do Norte, Europa e Oceania. É autor, dentre outras
publicações, de “Modelos de composição e percepção em Xenakis: Concret PH e o Pavilhão Philips”
(Revista Opus v. 18 nº 1) e “Forma musical como um processo: do isomorfismo ao heteromorfismo”
(Revista Opus v. 22 nº 1, em coautoria com Silvio Ferraz).
Website: http://www.danilorossetti.com | Email: danilo_rossetti@hotmail.com
Comentarios

Esta obra trabalhamos com diferentes meios de interação e convergência entre a escrita
instrumental e os tratamentos eletrônicos utilizados a partir da ideia de morfologia sonora,
tendo como base as visões de Schaeffer e Smalley sobre este tema. Também nos baseamos
em alguns processos microtemporais de criação sonora fundamentados nos modelos ondulatório e
granular. Trabalhamos com a ideia de complementaridade entre estes dois modelos, a fim de obtermos
a fusão dos timbres instrumentais e eletroacústicos numa única unidade formal perceptível.
Através de uma análise auditiva, gostaríamos de ressaltar os princípios de interação e
convergência que guiaram a escrita instrumental e a escolha dos tratamentos eletrônicos utilizados. Um
tipo de escrita instrumental que valoriza os regimes estacionários - classificada dentro do modelo
ondulatório, configurando a percepção da altura a partir da sobreposição e/ou fusão de parciais - tais
como os multifônicos, growl, vibrato ou tremolos foram associados a tratamentos eletrônicos tais como
a modulação em anel. Este tipo de escrita está presente principalmente na primeira parte da obra.
Outro tipo de escrita instrumental que produz sonoridades mais ruidosas - presente principalmente na
na parte final - tais como os efeitos de frullato ou o trilo, ou ainda que valoriza os transitórios de ataque
e sonoridades descontínuas, tais como o staccato (simples ou duplo) e o slap tongue foram combinados
aos tratamentos eletrônicos de granulação e descorrelação microtemporal, acompanhados de delays.
A parte eletroacústica da obra foi realizada no Max 7. Os presets referentes ao patch se encontram
na partitura em caixas numeradas (de 1 a 21) contendo os principais efeitos eletroacústicos utilizados,
além dos tempo de interpolação entre estes presets (em milissegundos). Utilizamos, para os efeitos e
espacialização eletroacústica, objetos pertencentes à biblioteca HOA (High Order Ambisonics Library)
desenvolvida por pesquisadores do CICM da Université Paris 8. O objeto hoa.2d.process~ desta biblioteca
combina tratamentos eletroacústicos tais como delay, reverb, modulação em anel, descorrelação
microtemporal, granulação e convolução com a conversão do sinal para o modo de ambisonia de
ordem superior. Através do objeto hoa.2d.decoder~ o sinal é decodificado para uma saída multicanal e
direcionado aos alto-falantes. Oceanos é preferivelmente executada com uma espacialização em
octofonia, no entanto também são possíveis versões quadrifônicas ou estereofônicas.
Na partitura optamos por uma escrita instrumental sem divisões métricas por barras de
compasso com a intenção de obtermos uma execução fluida e livre por parte do instrumentista (não
que esta seja a única maneira de obter este resultado). No nosso entendimento, em obras com
eletrônica em tempo real o tempo musical deve ser controlado, durante a performance, principalmente
pelo músico instrumentista que, além de propor as nuances interpretativas de seu instrumento, deve
também interagir e operar satisfatoriamente sobre a resposta eletroacústica de seus gestos
instrumentais. Oceanos foi gravada no estúdio do compositor em 9 de julho de 2016 e posteriormente
mixada e masterizada.

Grabación Oceanos, de Danilo Rossetti (2014) Pedro Bittencourt - sax alto Danilo Rossetti - eletrônica José de Carvalho - Saxofone, Danilo Rossetti - eletrônica