La investigación sobre el saxofón en el contexto de la creación musical contemporánea de América Latina ha sido una preocupación permanente del trabajo artístico y docente del Dr. Miguel Villafruela, con el propósito permanente de ampliar el repertorio para el instrumento e incentivar la motivación hacia la creación de obras para el saxofón de parte de los compositores latinoamericanos.
En ese sentido, esta publicación Saxofón Latinoamericano tiene entre otros objetivos, a difundir la creación de los compositores latinoamericanos para saxofón e informar todo lo relacionado con el repertorio para el instrumento, existente en esta región del mundo.
Esta página es la primera edición para Internet que aborda el tema del saxofón en América Latina y a la vez se convierte en la actualización y renovación constante de su libro El Saxofón en la Música Docta de América Latina.
Compositor | Villani-Côrtes, Edmundo (1930 ) |
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Pais | Brasil |
Obra | Ponteio da Savana (1991) |
Formato | Conjunto mixto |
Instrumentación | Para a Banda Savana, constituída por: 4 trompetes, 3 trombones, 4 saxofones, piano, contrabaixo e bateria. |
Datos Compositor | Edmundo Villani-Côrtes (Juiz de Fora, Minas Gerais, 1930). Compositor, arranjador, regente, pianista e professor. Filho de músicos amadores, inicia-se na área como autodidata, imitando, no cavaquinho, as posições que o irmão faz ao violão. Mais tarde, dedilha ao violão as músicas “que tira de ouvido”. Em 1947, estuda piano com Nialva Bicalho e, posteriormente, com Cincinato Duque Bicalho. Três anos mais tarde, torna-se pianista na Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora. Nessa época, toca na rádio PRB3 e na Orquestra de Mário Vieira, da Rádio Industrial, onde escreve seus primeiros arranjos. O preconceito de Bicalho frente ao envolvimento de Villani-Côrtes com a música popular, leva-o a abandonar o curso. Segue seu aprendizado de piano no Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro, onde se forma com Guilherme Mignone, no período de 1951 a 1954. Em 1953, muda-se para o Rio de Janeiro e integra a Orquestra Tamoio do maestro Cipó (1922-1992). Em 1955, retorna à Juiz de Fora, ali ficando até 1959. Nesse período, estreia seu Concerto nº1 para Piano e Orquestra (1955), forma-se em Direito pela Universidade de Juiz de Fora, e dirige, por dois anos, o Conservatório Estadual de Música. Em 1960, muda-se para São Paulo, onde se aperfeiçoa em piano com José Kliass (1895-1970), de 1960 a 1963 e estuda composição com Camargo Guarnieri (1907-1993), entre 1963 e 1965. Torna-se pianista de orquestras como as de Osmar Milani (1920-2003), de Luis Arruda Paes (1926), e das Rádios Bandeirantes, Gazeta e Record. No fim dos anos 1960, realiza a trilha do filme O Matador (1968), de Amaro César (1922) e Egídio Eccio (1929-1977). Dedica-se, nas duas décadas seguintes, à orquestra da Televisão Tupi, atuando como pianista e arranjador e produzindo cerca de mil arranjos. Ali conhece o diretor da Academia Paulista de Música, Bernardo Federowski, que, em 1973, convida-o a integrar o corpo docente dessa instituição nas cadeiras de harmonia funcional, arranjo e improvisação. Em 1978, influenciado pela breve formação em composição com Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005), escreve Noneto1, que recebe a menção honrosa do concurso Noneto de Munique (Instituto Goethe). Em 1982, torna-se professor de contraponto e composição na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) da qual se aposenta em 1999. Também leciona na Universidade Livre de Música. Seu ingresso na academia, impulsiona a obtenção do mestrado em composição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1988, e do doutorado pela Unesp em 1998. De 1989 a 1991, atua como pianista no quinteto do programa Jô Soares Onze e Meia, no canal Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Entre 1990 e 1999, desenvolve seu trabalho como regente da orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo. É premiado sete vezes pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA): Melhor Peça Erudita Vocal (1990), Melhor Peça Sinfônica-Coral (1995), Melhor Peça Experimental (1998), Melhor Peça Coral Sinfônica (2007, 2008, 2009), e o Grande Prêmio da Crítica pelo conjunto da obra (2012). No exterior, destacam-se a estreia de seu Concerto para Flauta e Orquestra, em Londres, pela Covent Garden Chamber Orchestra (2000) e a tournée internacional de Maria José Carrasqueira na qual interpreta seu Concerto n. 3 para Piano e Orquestra com a Orquestra Filarmônica da Armênia (2010). Edmundo Villani-Côrtes desenvolve uma obra clara, simples e direta. Sua principal formação é na prática profissional. O estilo franco e comunicativo é resultado da soma das experiências como ouvinte (rádio, cinema, vida musical familiar), das experimentações como instrumentista autodidata, dos estudos de harmonia e composição e da intensa experiência de escrever arranjos. Todo esse aprendizado lega, à sua obra, características da música popular brasileira (sobretudo urbana), do jazz norte-americano, do repertório clássico romântico europeu [o alemão Joseph Haydn (1732-1809), o polonês Frédéric Chopin (1810-1849), o russo Dmitry Shostakovich (1906-1975)] e, particularmente, do impressionismo francês [Claude Debussy (1862-1918) e Maurice Ravel (1875-1937)]. Também incorpora elementos que aparecem de forma menos sistemática, como a politonalidade, a utilização de escalas octatônicas e outras técnicas pós-tonais. Sua escrita se mantêm focada em uma linguagem tonal, predominantemente homofônica e calcada no desenvolvimento de temas melódicos. Essa mescla afirma os preceitos do compositor. Ele diverge dos compositores de vanguarda, que defendem que a composição deve sempre comportar elementos novos. Para Villani-Côrtes,“o bom escritor [...] é aquele que sabe utilizar o vocabulário conhecido e entendido por todos para passar uma nova ideia com clareza. Ele não precisa inventar um novo vocabulário ou uma nova língua para ser original”2. Assim, o compositor lança mão de todas as referências que construem sua escuta musical para extravasá-las em suas próprias obras. O musicólogo Lutero Rodrigues reflete sobre a coerência do compositor com suas origens: “se o seu ouvido foi o único canal que lhe revelou a riqueza sonora das manifestações musicais às quais podia ter acesso, extraindo o máximo de informações do limitado universo em que se formou, a partir do momento em que começou a compor, tornou-se o ouvido seu principal guia – ao lado dos conhecimentos adquiridos em longos anos de estudos – aquele que lhe passou a mostrar os caminhos a seguir e dar-lhe a última palavra em qualquer tomada de decisão durante o processo de composição”3. Apesar de não se ligar a nenhum movimento estético, Villani-Côrtes compôs peças que mostram a influência dos dois principais que estavam em vigência no país. Um deles é estilo nacionalista, especialmente quando é aluno de Camargo Guarnieri, sem nunca ter sido um estudioso do folclore brasileiro. O outro, a estética de vanguarda, quando é aluno de H. J. Koellreutter. Seu percurso como músico popular e arranjador fazem com que algumas influências tornem-se mais marcantes. A música de Radamés Gnatalli (1906-1988), por exemplo, que, além de compositor, é um dos maiores arranjadores da era do rádio, incide de maneira contundente em sua produção. O acervo composicional de Villani-Côrtes possui mais de três centenas de obras escritas para instrumentos solistas, canto e piano, coro, conjuntos de câmara, banda sinfônica, orquestra sinfônica, e obras concertantes para quase todos os instrumentos orquestrais. Entre elas, destacam-se seus três concertos para piano, suas Cinco Miniaturas Brasileiras para Orquestra de Cordas (1999), suas Três Cantatas (2000) sobre textos que relatam a História do Brasil no século XX [o Ato Institucional nº5, a Carta da renúncia do presidente Jânio Quadros (1917-1992) e Carta-Testamento do presidente Getúlio Vargas (1883-1954)], e sua ópera Poranduba (estreada em 2007). Tem uma incursão no movimento da Jovem Guarda, no disco Temas de Sempre na Música “Jovem” - The Jet Black's e Edmundo Villani-Côrtes (Chantecler, 1967). Tem composições gravadas por artistas do gênero Brega, como Hugo Santana (1936) e Martha Santana. FONTE: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa586114/edmundo-villani-cortes CONTATO: https://www.facebook.com/edmundo.villanicortes ATUALIZAÇÃO: SET 2020 |